Sobre as recentes denúncias envolvendo o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus.
A AbrePaz
expressa sentimento de consternação e deseja que a investigação prossiga com respeito à dignidade dos envolvidos;
externa sentimentos de solidariedade às supostas vítimas que devem ser preservadas em sua dignidade e ouvidas pelo poder público;
deseja o amplo direito de defesa do médium e reconhece seu direito à presunção de inocência;
repudia fortemente toda forma de violência, abuso, assédio principalmente se praticado por alguém em posição de destaque de natureza religiosa, contra outrem que se encontra em posição de fragilidade emocional e boa-fé;
repudia a cultura do estupro, a misoginia e o machismo que tende a transformar, de alguma forma, a vítima de abuso em culpada pelo infortúnio;
reconhece a dificuldade da vítima de abuso, geralmente mulheres e crianças, em fazer a denúncia, de prová-la, por receio de serem julgadas e caluniadas;
reconhece a importância que as denúncias venham à tona, para que, em se comprovadas, restaurem nos termos da lei a justiça e a dignidade dos envolvidos, e que possam cessar novas práticas abusivas onde quer que possam acontecer;
não concorda com a idolatria a qualquer médium, reconhecendo o exercício da mediunidade como encargo a ser praticado com dignidade e gratuidade, e jamais como privilégio moral ou superioridade espiritual, e que não deve receber quaisquer ganhos materiais, diretos ou indiretos, resultantes do exercício da mediunidade ou das suas condições de atendimento a quem quer que seja;
ressalta que a mediunidade é inerente ao ser humano, aptidão orgânica, e que sua prática independe da filiação religiosa.
Brasil, 13 de dezembro de 2018
Associação Brasileira Espírita de Direitos Humanos e Cultura de Paz - AbrePaz
Diretoria Executiva
Comments