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AbrePaz

Nota Pública 001/2018 - João de Deus

Sobre as recentes denúncias envolvendo o médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus.


A AbrePaz

  • expressa sentimento de consternação e deseja que a investigação prossiga com respeito à dignidade dos envolvidos;

  • externa sentimentos de solidariedade às supostas vítimas que devem ser preservadas em sua dignidade e ouvidas pelo poder público;

  • deseja o amplo direito de defesa do médium e reconhece seu direito à presunção de inocência;

  • repudia fortemente toda forma de violência, abuso, assédio principalmente se praticado por alguém em posição de destaque de natureza religiosa, contra outrem que se encontra em posição de fragilidade emocional e boa-fé;

  • repudia a cultura do estupro, a misoginia e o machismo que tende a transformar, de alguma forma, a vítima de abuso em culpada pelo infortúnio;

  • reconhece a dificuldade da vítima de abuso, geralmente mulheres e crianças, em fazer a denúncia, de prová-la, por receio de serem julgadas e caluniadas;

  • reconhece a importância que as denúncias venham à tona, para que, em se comprovadas, restaurem nos termos da lei a justiça e a dignidade dos envolvidos, e que possam cessar novas práticas abusivas onde quer que possam acontecer;

  • não concorda com a idolatria a qualquer médium, reconhecendo o exercício da mediunidade como encargo a ser praticado com dignidade e gratuidade, e jamais como privilégio moral ou superioridade espiritual, e que não deve receber quaisquer ganhos materiais, diretos ou indiretos, resultantes do exercício da mediunidade ou das suas condições de atendimento a quem quer que seja;

  • ressalta que a mediunidade é inerente ao ser humano, aptidão orgânica, e que sua prática independe da filiação religiosa.


Brasil, 13 de dezembro de 2018

Associação Brasileira Espírita de Direitos Humanos e Cultura de Paz - AbrePaz

Diretoria Executiva

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